PINHEIRAL
Sob forte calor, meia hora de atraso e
pouco mais de duas horas de duração, a posse de José Arimathéa Oliveira
(PT), a vice-prefeita Patrícia Rivello (PSB) e os nove vereadores
eleitos ocorreu ontem, no Social Esporte Clube, centro do município.
A mesa principal foi conduzida pelo Luiz
Enfermeiro, que foi o vereador mais votado nas últimas eleições.
Presentes, entre as autoridades que compuseram a mesa, estavam a
deputada estadual Inês Pandeló e o deputado federal Jorge de Oliveira, o
Zoinho.
Numa cerimônia que pode ser considerada
ecumênica, proferiram palavras de fé o pastor José Dias; o babalorixá
Pai de Angola, Pedro Paulo; o padre Jacó e Suzana, que representou a
religião espírita, mais precisamente o Centro Espírita Luz e Amor. Todos
- cada um a seu modo - pediram por paz e realizações em favor das
populações menos favorecidas, além de desejarem muita sabedoria e
tranqüilidade para todos os recém empossados.
O salão principal do clube ficou pequeno
para as mais de 600 pessoas que lotaram todos os espaços disponíveis:
500 ficaram sentadas e o restante, de pé.
O prefeito eleito, Arimathéa, foi
aplaudidíssimo ao ser chamado para ler seu compromisso de posse, logo
após a eleição da Mesa que, que por oito votos a favor e uma abstenção,
deu a presidência a Rivalnei Pedrosa e o juramento dos vereadores,
proferido pelo recém eleito vereador Felipe Rivello. Logo depois de
Arimathéa, a vice, Patrícia Rivello, proferiu o juramento de posse.
Todos os vereadores tiveram a palavra e citaram, como tema
predominante, o compromisso com a nova gestão. Patrícia disse que vai
trabalhar “na busca permanente do bom senso e paciência e que estas
serão marcas registradas do novo governo”. O deputado federal Jorge de
Oliveira, o Zoinho disse que “o povo foi muito feliz na escolha que fez e
desejou sucesso a todos”. A deputada estadual Inês Pandeló disse que
“viu a disposição de todos durante todo o processo eleitoral e está
certa de que Pinheiral será referência no estado e no país”. Ao final,
completou: “hoje as esperanças se fortalecem e se revigoram. Desejo toda
a sorte e todo o cuidado com a cidade”.
A emoção, o choro e a quebra de
protocolo também se fizeram presentes: ao ser convidado a proferir seu
discurso, o prefeito eleito foi surpreendido por um grupo de meninas
que, tocando flautas, acompanhou dois cantores gospel, que também foram
acompanhados pela maioria na platéia em duas músicas. Em seguida, outro
show à parte: a famosa cantora mirim de Pinheiral Alice Melody, antes de
cantar sozinha uma música, fez um discurso ligeiro sobre a esperança na
cidade, dizendo que “não precisa sair daqui para fazer sucesso”. E
desejou todo o sucesso ao prefeito eleito. Foi aplaudidíssima.
Arimathéa, depois de fazer todos os
agradecimentos, fez um último, em especial, ao ex-prefeito Laerce de
Paula Nunes, dizendo que seu mandato “é dedicado a ele, que foi quem deu
início a um processo democrático na cidade”. Seu discurso foi cheio de
emoção. Ele chorou ao se lembrar do pai, ao agradecer à família, aos
amigos de juventude e disse que “é um prefeito que chora e chora porque
fala com o coração”. Até quebrou o protocolo, cantando uma música
religiosa, sendo seguido por boa parte da platéia. Em suas palavras,
Arimathéa deixou claro que sabe que governar a cidade será “um grande
desafio. Porque Pinheiral é um dos mais novos municípios do estado e
herdou a desvalorização do trabalho do campo” E que “este processo não
trouxe arrecadação nem empregos para a cidade. “Aqui não temos
indústrias de médio ou grande porte e sofremos com a concorrência de
outras cidades no setor do comércio. Temos características de uma cidade
tranquila, com cara de interior, mas sabemos que temos que lutar contra
o crescimento do consumo de drogas, do desemprego e do alcoolismo”.
Muito sério, ele admitiu que “chegou sabendo da realidade e que está
serviço do povo, principalmente dos mais necessitados”. Que pretende
“fazer um governo diferente e que essa é uma promessa de campanha”. Que
não tem medo de trabalho e que a proposta que fez ao povo, de um
“governo participativo, dá trabalho. E dá trabalho também para o povo,
que precisa se organizar, se envolver e se comprometer para pensar num
futuro melhor para a cidade.
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